Em 2000 a Organização das Nações Unidas lançou o Pacto Global emitido pelo então secretário-executivo das Nações Unidas, Kofi Annan. O Pacto Global surgiu para aproximar o setor privado com a Agenda de Desenvolvimento da ONU, com o objetivo de incentivar a adoção de valores essenciais para a estratégia empresarial e ações nos negócios que podem impactar positivamente a sociedade, economia e meio ambiente. Essa iniciativa trouxe 10 princípios fundamentais para serem aplicados em estratégias, políticas e procedimentos. Ela almeja estabelecer uma cultura de integridade, onde as empresas não apenas defendem suas responsabilidades básicas com as pessoas e o planeta, mas também preparam o terreno para o sucesso a longo prazo (Pacto Global, 2000).
DIREITOS HUMANOS | |
Princípio 1 | As empresas devem apoiar e respeitar a proteção dos direitos humanos proclamados internacionalmente; |
.Princípio 2 | Certifique-se de que eles não sejam cúmplices de abusos dos direitos humanos. |
TRABALHO | |
Princípio 3 | As empresas devem apoiar a liberdade de associação e o reconhecimento efetivo do direito à negociação coletiva; |
Princípio 4 | a eliminação de todas as formas de trabalho forçado e compulsório; |
Princípio 5 | a abolição efetiva do trabalho infantil; |
Princípio 6 | a eliminação da discriminação em matéria de emprego e ocupação. |
AMBIENTE | |
Princípio 7 | As empresas devem apoiar uma abordagem preventiva aos desafios ambientais; |
Princípio 8 | Empreender iniciativas para promover maior responsabilidade ambiental |
Princípio 9 | Encorajar o desenvolvimento e difusão de tecnologias ambientalmente amigáveis. |
ANTICORRUPÇÃO | |
Princípio 10 | As empresas devem trabalhar contra a corrupção em todas as suas formas, incluindo extorsão e suborno. |
Quadro 1 – Os 10 princípios estabelecidos pela ONU
Posteriormente à essa publicação, a pressão e incentivo da ONU frente a ações práticas das empresas privadas continuou ocorrendo. Quatro anos depois foi lançado um documento que visava trazer a importância do mercado financeiro e grandes corporações no desenvolvimento sustentável do planeta. Até junho de 2004 mais de 1500 companhias já faziam parte do Pacto e consequentemente, estavam de acordo com seus princípios.
Segundo o Pacto Global da ONU, o documento “Who Cares Wins”, em português “Quem se importa ganha”, foi publicado pela Organização das Nações Unidas no ano de 2005 em parceria com o Banco Mundial. Esse documento teve como objetivo a busca por critérios e recomendações para a inclusão de questões ambientais, sociais e de governança no mercado financeiro.
Essa publicação é advinda da necessidade decorrente de todo o histórico anterior da evolução do conceito de sustentabilidade empresarial. Esse conceito ampliou questões e preocupações frente ao meio ambiente e uso equilibrado de recursos. Apesar da evolução nos anos anteriores, esse documento lançou oficialmente o conceito Environmental, Social and Governance (ESG), em português Ambiental, Social e Governamental. A publicação traz detalhada as questões que devem ser analisadas por cada uma das siglas (Who cares Wins, 2005).
Existem diversos aspectos que devem ser levados em consideração no tripé ESG, sendo elas questões ambientais, sociais e de governança.
Questões ambientais:
Mudanças climáticas e riscos relacionados
- A necessidade de reduzir a liberação de substâncias tóxicas e resíduos.
- Novas regulamentações que ampliam as fronteiras da responsabilidade ambiental em relação a produtos e serviços.
- Pressão crescente da sociedade civil para melhorar o desempenho, transparência e responsabilidade, o que pode resultar em riscos de reputação se não for gerenciado adequadamente.
- Mercados emergentes para serviços ambientais e produtos ecologicamente corretos.
Questões sociais:
- Saúde e segurança no local de trabalho.
- Relações com a comunidade.
- Questões de direitos humanos na empresa e nas instalações de fornecedores e contratados.
- Relações com o governo e a comunidade no contexto de operações em países em desenvolvimento.
- Pressão crescente da sociedade civil para melhorar o desempenho, transparência e responsabilidade, o que pode resultar em riscos de reputação se não for gerenciado adequadamente.
Questões de governança corporativa:
- Estrutura e responsabilidade do conselho.
- Práticas de contabilidade e divulgação.
- Estrutura do comitê de auditoria e independência dos auditores.
- Remuneração executiva.
- Gestão de questões de corrupção e suborno.